MITOS DO AMOR
Desmistificar o conjunto de falsas crenças e ilusões
sobre o amor e a felicidade do qual nos tornamos vítimas ao longo da vida. Esse
foi o objetivo do mestre em conhecimento espiritual, Mike George, ao escrever o
livro Os 7 mitos sobre o amor. “Estamos obsessivos e, ligeiramente,
confusos em relação a esses sentimentos porque os mitos que os rodeiam nos levam
a sentir que nosso coração está partido, bloqueado, vazio e fragmentado”,
afirma.
Segundo
o guru norte-americano, emoções como o desejo, o apego e a dependência
recorrentemente são confundidas com o ato de amar e, por isso, acabam tornando
as relações fadadas ao fracasso ou à infelicidade. “Tais ideias equivocadas são
uma herança nossa e, se não tivermos cuidado, serão também nosso legado”, diz o
autor.
A
solução está na conscientização do amor como um sentimento indestrutível e
ilimitado, capaz de propiciar uma vivência plena e sem sofrimento. Veja, a
seguir, os principais mitos que, segundo George, expandiram em nossa consciência
e em nosso mundo sem que estivéssemos cientes disso:
Mito 1 – “Ser amado é necessário” –
Ouvimos com frequência “Todos nós precisamos de amor, precisamos ser amados e
saber que somos amados.” Para George, não precisamos. Se existe alguma
necessidade, segundo o guru, é a de dar amor, que significa partilhar a si
mesmo, uma vez que nós somos o amor. “Você só sabe o que é o amor no momento em
que se abre, enxerga e doa do seu próprio amor a algo ou alguém, sem alimentar o
mínimo desejo de obter algo em troca. A única forma de “conhecer” o amor é dando
amor.”
Mito 2 – “O amor pode ser conquistado”
– Para o mestre espiritual, o amor é a única energia da vida que não pode ser
conquistada porque nós somos essa energia. “Você não pode conquistar o próprio
coração. Não pode conquistar aquilo que já é.” Assim, o escritor quer esclarecer
que o amor não é um sentimento exterior que você possa obter, armazenar e usar.
“A associação entre romance e amor reforça esse mito por ensinar que o amor só é
possível na vida quando você encontra a pessoa certa. Isso faz com que você
permaneça olhando para a direção errada, ou seja, para o lado de fora, e longe
do seu interior.”
Mito 3 – “Você cai de amor” – “O
verdadeiro amor nunca é uma queda, mas sim um movimento ascendente”, diz George.
Na verdade, quando uma pessoa cai de amor, ela pode viver a paixão cega, a
obsessão e o apego e é aí que mora o perigo. Segundo ele, uma das provas da
presença de amor num relacionamento é justamente a ausência destes três
denominadores. “Não há sensação de confinamento na relação, mas sim uma
verdadeira liberdade. Não há nenhum “calor”, mas frescor e solidez que resistem
a qualquer circunstância e acontecimento.”
Mito 4 – “O amor é exclusivo”- Para o
autor, aprendemos a limitar o conceito de amor a uma pessoa ou a alguns
relacionamentos exclusivos, fazendo com que esse sentimento seja algo pequeno e
adequado apenas àqueles a quem julgamos merecedores dele. “O amor real não tem
preferências, não seleciona, acolhe a todos. Não julga, nem critica o outro.”
Embora pareça irreal propagar amor com essa intenção incondicional no mundo de
hoje, ao entender a verdadeira essência do sentimento, George acredita que é
possível descobrir que está na natureza do homem ser uma fonte de amor no
mundo.
Mito 5 – “Amar é apegar-se” – Esse é
um dos mais comuns dos mitos, segundo o guru. “O que, raramente, percebe-se é
que onde existe apego, há medo da perda do objeto a qual se apegou. E onde
existe medo, não pode haver amor”, diz. E, para o americano, o maior perigo
dessa confusão de sentimentos é que a pessoa se torna incapaz de amar de maneira
coerente e estável. Seja no primeiro plano ou num plano secundário, o medo
estará presente em formas como a ansiedade, a tensão ou a preocupação. “Somente
o desapego é capaz de reabrir “você” e devolver-lhe a capacidade de ser amoroso
e amar”, afirma.
Mito 6 – “O amor provoca mágoa” – “A
verdade é justamente o oposto. Se algo causou mágoa, não é o amor. O amor cura
mágoas”, diz George. De fato, a maioria dos relacionamentos íntimos tem altos e
baixos, mas para o escritor, isso não tem a ver com o amor e sim com a culpa, a
expectativa, o apego, a dependência, o ciúme. “Nesses momentos, o amor não está
presente. Foi momentaneamente perdido. E é, por isso, que ele, muitas vezes,
desaparece do cotidiano de um casal. Somente uma percepção da nossa própria
responsabilidade é capaz de dar um fim nas mágoas – provocadas por nós mesmos –
e nos restituir a capacidade de amar.”
Mito 7 – “O amor pode ser perdido” –
“Se o amor é o que você é, como é possível perdê-lo?”, pergunta o mestre
espiritual. A ilusão de que o amor pode ser perdido acontece, segundo ele,
quando acreditamos ser algo que está fora. “Isso tende a acontecer quando você
acredita ser aquilo que vê no espelho. Mas mesmo que tenha um rosto bonito, você
não é um rosto bonito. Não é um corpo material. Você tem um rosto e habita um
corpo, porém o verdadeiro encanto é invisível a olho nu.” Segundo George, a
ilusão de achar que a beleza é sinal de amor faz com que à medida que
envelhecemos, acreditamos que perderemos o amor. “A aceitação dessa ilusão
sustenta uma das piores confusões que fazemos em relação ao amor”, finaliza.
Vamos refletir sobre o Amor... bj no coração! Vaneska Araujo.
( Retirado do site de Abilio Diniz).